...“Sexo é um intercâmbio de líquidos, de fluidos, de saliva, hálito e cheiros fortes, urina, sêmen, merda, suor, micróbios, bactérias. Ou não é. Se é só ternura e espiritualidade etérea, se reduz a uma paródia estéril do que poderia ser. Nada!!” Pedro Juan Gutierrez - Trilogia Suja de Havana

26.7.23

A CRIAÇÃO DA XOXOTA



Sete bons homens de fino saber

Criaram a xoxota, como pode se ver:

Chegando na frente, veio um açougueiro

Com faca afiada deu talho certeiro.

Um bom marceneiro, com dedicação

Fez furo no centro com malho e formão.

Em terceiro o alfaiate, capaz e moderno

Forrou com veludo o lado interno.

Um bom caçador, chegando na hora

Forrou com raposa, a parte de fora.

Em quinto chegou, sagaz pescador

Esfregando um peixe, deu-lhe o odor.

Em sexto, o bom padre da igreja daqui.

Benzeu-a dizendo: “É só pra xixi!”

Por fim o marujo, zarolho e perneta

Chupou-a, fodeu-a e chamou-a…

Buceta!

Poema de Mário de Miranda Quintana (Alegrete, 30 de julho de 1906 — Porto Alegre, 5 de maio de 1994) foi um poeta, tradutor e jornalista brasileiro. Considerado o "poeta das coisas simples", com um estilo marcado pela ironia, pela profundidade e pela perfeição técnica.


14.7.23

O DIA QUE RITA LEE MOSTROU A BUNDA


Rita Lee abaixou a calça e mostrou a bunda para a platéia! A cena aconteceu no 04 de novembro de 2012, no Green Move, festival que contou com a presença das bandas Titãs e Jota Quest, realizado no Museu da República, em Brasília - DF. 

A Vovó do Rock repetiu a cena por ela protagonizada em Araruama - RJ, no início do ano, quando ela se apresentava ao lado do cantor Serguei.

Respondendo ao comentário de um fã, @LitaRee_real explicou no seu Twitter que "mostrar a bunda no palco é um ato d amor, do tempo q roqueiro tinha cara d bandido, vc ainda ñ era nascido".

5.7.23

BOCETA É COM O!


Um comentário no blog me chamou a atenção. Além do conteúdo, a forma como ele grafou a palavra BOCETA (com O). Fui "pesquisar", não anatômicamente, mas sim a forma certa de nomea-la.
Caros sexileitores - BUCETA não existe!!! O que as mulheres têm é BOCETA: (substantivo feminino) caixinha redonda, oval ou longa, feita de materiais diversos e usada para guardar pequenos objetos. Usada também para guardar rapé! Faz sentido a "tal caixinha oval e longa feita para guardar..."
Corrigindo meu post - BOCETÃO é BOCETÃO o resto é mulherzinha!
Ah! E a Viviane Araujo continua sendo um puta BOCETÃO!
"A boceta é portuguesa, gorducha e rodeada de pêlos negros e macios. A boceta é maternal e devoradora, forte o suficiente para povoar a costa brasileira engolindo espadas lusitanas – aquelas que, não importa o tamanho, são feitas do aço mais tesudo e disposto. A boceta combina maravilhosamente com a espada do conquistador.
A buceta é brasileira, multicultural e vira-latas. Buceta não tem pedigri, tem fome. Não quer povoar, não quer ser imperatriz, não quer expandir. A buceta combina maravilhosamente com o passaralho desenhado no banheiro do botequim (cujo dono é português, com certeza …)
Agora me diz, qual é a mulher que não alterna sua boceta com sua buceta? Que não é maternal e safada? Que não é perigosa e devoradora? Que não faz filho e poesia?
A boca é a mesma, só muda a grafia."












1.7.23

NELSON RODRIGUES - O ANJO PORNOGRÁFICO


"Sou um menino que vê o amor pelo buraco da fechadura. Nunca fui outra coisa. Nasci menino, hei de morrer menino. E o buraco da fechadura é, realmente, a minha ótica de ficcionista. Sou (e sempre fui) um anjo pornográfico."

Nelson Falcão Rodrigues Recife, 23 de agosto de 1912 - Rio de Janeiro, 21 de dezembro de 1980


"Alguém dirá que A Vida Como Ela é… insiste na tristeza e na abjeção. Talvez, e daí? O homem é triste e repito: 

– Triste do berço ao túmulo, triste da primeira à última lágrima. Nada soa mais falso do que a alegria. Rir num mundo miserável como o nosso é o mesmo que, em pleno velório, acender um cigarro na chama de um círio. Pode-se dizer ainda que é triste A Vida Como Ela é… 

– Porque o homem morre. Que importa tudo o mais, se a morte nos espera em qualquer esquina? Convém não esquecer que o homem é, ao mesmo tempo, o seu próprio cadáver. Hora após hora, dia após dia, ele amadurece para morrer. Há gêneros alegres, eu sei. Fala-se em “teatro para fazer rir”. Mas uma peça que tenha essa destinação específica é tão absurda, obscena, como o seria uma missa cômica. Agora o aspecto da sordidez. Nas abjeções humanas, há ainda a marca da morte. Sim, o homem é sórdido porque morre. No seu ressentimento contra a morte, faz a própria vida com excremento e sangue."


TENTE MANTER O SEXO PRÓXIMO DO AMOR

O sexo, na obra de Nelson Rodrigues, é geralmente ponto de partida de tragédia. “O sexo nunca fez um santo. O sexo só faz canalhas”, escreveu. Mas, em 1967, já havia mostrado uma saída para o canalha: “Tudo é falta de amor. [...] As lesões do sentimento, a crueldade. Tudo, tudo falta de amor. [...] E sempre há os que apodrecem em vida porque separaram o sexo e o amor. A toda hora esbarramos com sujeitos que praticam a variedade sexual. Esses vão morrer na mais fria, lívida, espantosa solidão”. Para evitar que o sexo o transforme num personagem rodrigueano, é só se esforçar para não o separar do amor. Não é fácil, mas só há vantagem em perder a pecha de canalha. Ser Para Sempre Fiel… está na coletânea de crônicas O Óbvio Ululante (Agir, fora de catálogo, mas facilmente encontrado em sebos).

NUNCA COLOQUE EM XEQUE A FIDELIDADE DA MULHER DO SEU AMIGO

Nelson Rodrigues fez questão de mostrar que a delação de uma traição só acaba em tragédia para quem dá o alerta. Em Amigo de Infância, um personagem suspeita da infidelidade da mulher de um amigo e corre a alertar o suposto corno. Quando descobre que a desconfiança tinha fundamento, o corno de fato dá três tiros no cara que só queria que o amigo “não bancasse o palhaço”. Amigo de Infância está na coletânea de contos A Vida Como Ela É (Agir)

AO ANTEVER UMA DISCUSSÃO COM A MULHER, SAIA PELA TANGENTE

É melhor ficar calado do que testar a veracidade dessa máxima de Nelson Rodrigues: “É de fato num bate-boca que nasce na mulher a vontade de trair. Na seguinte discussão, o adultério toma a forma de uma utopia reparadora. [...] Os bate-bocas não passam, e repito: os ba­te-bocas ficam enterrados, na carne e na alma, como sapos de macumba”. (Da coletânea O Óbvio Ululante).

UM ALERTA SOBRE O CASAMENTO…

“Só um débil mental pode casar-se na presunção de que o casamento é divertido, variado ou simplesmente tolerável. É divertido como um túmulo.” Em Asfalto Selvagem (Agir)